Feminismo

Por que ao serem criticadas, feministas tentam comparar o Feminismo ao Cristianismo?

13/01/2017




De forma bem simples, creio que seja porque elas vêem o movimento como sua religião. Nancy Pearcey em seu livro “Verdade Absoluta” (pag.45), diz que: “Todo sistema de pensamento inicia-se em algum princípio último. Se não começa com Deus, começa com uma dimensão da criação — o material, o espiritual, o biológico, o empírico ou o que quer que seja. Algum aspecto da realidade criada será “absolutizada” ou proposta como base e fonte de tudo o mais — a causa não causada, o existente por si mesmo. Para usar linguagem religiosa, esta realidade última funciona como o divino, se definirmos o termo com o sentido de uma coisa da qual todas as outras dependem para existir. Esta pressuposição inicial tem de ser aceita pela fé e não por raciocínio prévio. (caso contrário, não é de fato o ponto de partida supremo para todo raciocínio; logo, temos de continuar procurando algo para começar dali)

 Neste sentido, diríamos que toda alternativa ao cristianismo é uma religião. Pode não envolver ritual ou cultos de adoração, todavia, mesmo assim, identifica algum princípio ou força na criação como a causa auto-existente de tudo. Até os não-crentes mantêm alguma base de existência última, que funciona como ídolo ou falso deus. É por isso que os “escritores da Bíblia sempre tratam o leitor como se já acreditasse em Deus ou em algum deus substituto”, explica o filósofo Roy Clouser.* A fé é uma prática humana universal, e senão for dirigida a Deus será dirigida a outra coisa.

“A necessidade de religião parece estar implementada na forma de dispositivo permanentemente gravado no ser humano”, escreve o filósofo John Gray (embora ateu, ele lamenta o fato). “Com certeza, o comportamento dos humanistas seculares apóia esta hipótese. Os ateus têm um envolvimento emocional tanto quanto os crentes. Em geral, eles são mais austeros no que concerne à intelectualidade.”²” Em suma, não é como se os cristãos tivessem fé, ao passo que os secularistas fundamentassem suas convicções somente em fatos e na razão. A própria secularidade está fundamentada em crenças básicas, da mesma maneira que o cristianismo.” |

Elas já interiorizaram o movimento feminista como o conjunto de pensamento que lhes revela a verdade. A cosmovisão de mundo que elas abraçam é moldada através do olhar feminista. Não há possibilidade para elas, de ler a realidade sem que usem a lente dessa ideologia. Mesmo que por diversas vezes a História, os fatos, exemplos, estatísticas e relatos revelem o oposto da narrativa feminista. Elas escolheram crer no feminismo.

É bem por isso que toda vez que alguém critica o feminismo elas se enfurecem e, quase como um dogma, questionam o porque generalizar o feminismo (tendo ele várias vertentes), quando não se generaliza o Cristianismo tendo o mesmo também inúmeras vertentes? Elas alegam que é injusto julgar o movimento baseando-se no radicalismo de alguns coletivos feministas, visto que não se julga o Cristianismo com base nos maus cristãos.

O que elas não compreendem é que o Cristianismo contém um conjunto de regras de fé e conduta, que moralizam o homem. A Escritura é considerada a base da fé cristã, é nela que está contido o que define o Cristianismo. É dela que sai o princípio do credo apostólico que é universal (católico). No sentido de que embora existam divergências doutrinárias: costumes e ritos, a essência é una. O que define o Cristianismo é algo básico: O ser humano é pecador. Cristo é Deus e, Espírito – O Filho morre e ressuscita em favor do homem para religá-lo ao Pai. – Cristo é a salvação (libertação) dos homens. Ponto. — Toda a Escritura está sistematicamente amarrada a isso. Ainda que a partir disso criem-se (e isso ocorre desde o primeiro século como as cartas paulinas já denunciavam), seitas que tragam ensinos que deturpam o Cristianismo, existe um princípio básico, oras! Esse princípio irá moldar a ética do cristão, aliás, é ele (o princípio) que dá norte inclusive para que se identifique a profanação do mesmo. Para sabermos quem está sendo um mau cristão, ou um cristão fake, recorremos aos princípios da fé.

Ao comparar o feminismo com Cristianismo as feministas estão assumindo que o movimento tem um princípio básico, e de onde ele vem senão da filosofia que deu base ao movimento? Esta existe porque uma literatura foi escrita para formá-la. E com base na literatura eu afirmo sem sombra de dúvidas que o feminismo nunca foi uma luta pela ”libertação” da mulher, ou mesmo por igualdade de direitos, mas sim, por bandeiras políticas específicas e por uma ideologia própria, que em muitas vezes difere da realidade, e da própria vontade das mulheres. Diferentes fontes deixam claro que o feminismo surgiu nos anos 1960 (segunda onda), e passou a se apropriar de conquistas anteriores (primeira onda), assim como de atos protofeministas, e usando-se de alguns princípios básicos (marxistas) formou-se como um movimento político com uma filosofia própria. Toda feminista reproduz essa filosofia, mesmo que ingenuamente, ou intenciosamente implícito em discursos de marketing, como os propagados pela ONU.

A pergunta que não quer calar é: em qual premissa as feministas se apegam para questionar que não se pode generalizar o feminismo? Usando a filosofia feminista revelada na literatura que formou o movimento, além de todas serem indiscutivelmente contra ao patriarcado que segundo o movimento é o câncer da civilização mesmo que tenha sido nosso fator civilizacional, existem princípios básicos que toda feminista repete: ”a mulher é oprimida pela sociedade — ser mulher é imposição social — homens tem mais vantagens que mulheres — aborto é direito”. Qualquer pessoa que investigue de onde vieram essas afirmações chegará em literaturas que defendem coisas absurdas, ou seja, a base da filosofia feminista é podre, logo, qualquer pessoa que defina feminismo como algo ruim está apenas apontando o que sua própria literatura revela e, não está cometendo nenhuma injustiça em concluir o que é o movimento pelo o que pregaram seus ícones. A referencia não é um indivíduo único, é o sistema de pensamento que criou o movimento, que ainda o move hoje e se revela em atos extremos de suas militantes mais convictas. Embora tenha inúmeras vertentes, ele parte de princípios básicos e se apresenta como um coletivo que reproduz uma moral e ética própria.

Muitas feministas de hoje, podem até acreditar que diferem uma das outras por levantarem bandeiras que as vezes não são as mesmas, como por exemplo o feminismo negro, mas, no geral, todas lutam por uma única ideologia e partem do mesmo princípio que no fim das contas as coloca lado a lado em uma luta política que exigirá sempre as mesmas coisas.



Algumas declarações de ícones feministas. Nomes que são referencia da filosofia feminista e, autoras de boa parte da literatura do movimento:

1 – “Homens que são acusados injustamente de estupro podem, às vezes, aprender com essa experiência.” – Catherine Comins

2 – “No patriarcado, todo filho de uma mulher é seu potencial traidor e também inevitavelmente o estuprador ou explorador de outra mulher.” – Andrea Dworkin

3 – “Todo ato sexual, e mesmo o sexo consentido entre um casal no matrimônio, é um ato de violência perpetuado contra a mulher.” – Catherine MacKinnon

4 – “Chamar um homem de animal é elogiá-lo. Homens são máquinas, são pênis que andam.” – Valerie Solanos

5 – “Todos os homens são estupradores, e isso é tudo que eles são.” – Marilyn French

6 – “Quando uma mulher tem um orgasmo com um homem ela está apenas colaborando com o sistema patriarcal, erotizando sua própria opressão.” – Sheilla Jeffrys

7 – “Eu sinto que odiar os homens é um ato político honrado e viável.” – Robin Morgan

8 – “Uma mulher que faz sexo com um homem, o faz contra a sua vontade, mesmo que ela não se sinta forçada.” – Judith Levine

9 – “Quero ver um homem espancado e sangrando, com um salto alto enfiado em sua boca, como uma maçã na boca de um porco.” – Andrea Dworkin

10 – “O homem é um animal doméstico que, se tratado com firmeza, pode ser treinado e fazer algumas coisas.” – Jilly Cooper



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